Hidrovias do Brasil avança em 2025, mas ainda sente efeitos de queda nas ações em 52 semanas

A Hidrovias do Brasil (HBSA3), uma das principais empresas de logística hidroviária da América Latina, apresentou valorização de 0,66% no pregão mais recente, com suas ações encerrando o dia cotadas a R$ 3,05. Durante o dia, os papéis oscilaram entre a mínima de R$ 2,99 e a máxima de R$ 3,07, com um volume financeiro negociado de aproximadamente R$ 15,97 milhões e 9.550 negócios realizados.

No acumulado de 2025, a ação já registra alta de 18,02%, sinalizando uma recuperação parcial após uma queda expressiva de 28,5% nos últimos 12 meses. A abertura no dia foi a R$ 2,83, refletindo o otimismo momentâneo do mercado em relação aos rumos da companhia.

Fundada em 2010 pelo fundo de investimentos Pátria, a Hidrovias do Brasil se consolidou como uma empresa independente de soluções logísticas integradas, com forte atuação no transporte hidroviário. Além do transporte de cargas, a companhia opera serviços de armazenamento, transbordo, gestão de terminais portuários e possui frota própria composta por barcaças, empurradores e navios de cabotagem.

A empresa opera atualmente quatro terminais portuários e está presente em dois dos mais importantes corredores fluviais da América do Sul: o Corredor Norte — formado pelos rios Trombetas, Tapajós e Amazonas — e o Corredor Sul — nos rios Paraguai-Paraná. No Corredor Norte, a empresa também atua na navegação costeira, estendendo seus serviços ao longo do litoral brasileiro.

Mesmo com avanços operacionais, os resultados financeiros da companhia em anos anteriores demonstraram desafios. Em 2019, o lucro líquido caiu expressivamente para R$ 58,6 milhões, representando uma queda de 64% em relação aos R$ 162,1 milhões registrados em 2018. Por outro lado, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) apresentou crescimento significativo, saltando de R$ 114,8 milhões para R$ 449,2 milhões no mesmo período, evidenciando melhorias na eficiência operacional.

No que diz respeito à saúde financeira, a dívida líquida da Hidrovias do Brasil teve um leve crescimento entre os dois últimos anos comparados, passando de R$ 1,852 bilhão para R$ 2,031 bilhões, um indicativo de expansão acompanhada de maior alavancagem.

O marco mais importante recente da companhia foi seu IPO, realizado no fim de setembro de 2020. As ações foram ofertadas a R$ 7,56, valor mínimo da faixa indicativa que ia até R$ 8,88. A oferta movimentou R$ 3,4 bilhões, recursos que contribuíram para impulsionar os projetos de crescimento e fortalecimento da infraestrutura logística da empresa.

Apesar dos desafios do setor e da volatilidade nos preços das ações, a Hidrovias do Brasil mantém uma posição estratégica e robusta no cenário logístico nacional, com potencial de crescimento especialmente nas rotas fluviais menos exploradas e em projetos sustentáveis de transporte de cargas. A recuperação gradual em 2025 pode indicar uma retomada da confiança do mercado nos fundamentos da companhia.