Tragédia, reconstrução e representatividade: os hondurenhos de Nova Orleans e o impacto do furacão Katrina ganham destaque em nova série da Hulu

Um olhar profundo sobre o desastre de 2005

A nova minissérie documental da Hulu, Hurricane Katrina: Race Against Time, com cinco episódios, mergulha o espectador no caos vivido durante o furacão Katrina, em 2005. Com imagens de arquivo impactantes e relatos de sobreviventes, socorristas e autoridades, a produção oferece uma visão crua e envolvente das consequências pessoais, políticas e sociais dessa tragédia.

Dirigida pela cineasta indicada ao Oscar Traci A. Curry e produzida por Ryan Coogler (Proximity Media), Simon Chinn e Jonathan Chinn (Lightbox), a série denuncia o colapso das estruturas públicas e institucionais que deveriam ter protegido a população. Segundo Curry, a catástrofe representou “uma falha das instituições encarregadas de garantir segurança às pessoas”.

Hondurenhos: a força esquecida na reconstrução da cidade

Para muitos moradores de longa data de Nova Orleans, a série também reacende lembranças de uma comunidade frequentemente ignorada nas manchetes: os milhares de hondurenhos que viram suas vidas desmoronarem duas vezes — primeiro com o furacão Mitch, em 1998, e depois com o Katrina, sete anos depois.

A presença hondurenha em Nova Orleans remonta ao início do século XX, quando trabalhadores começaram a chegar ao porto da cidade a bordo dos navios da United Fruit Company, impulsionados pelo crescimento do comércio de bananas. Já na década de 1960, a cidade abrigava a maior comunidade hondurenha dos Estados Unidos, segundo a Historic New Orleans Collection.

Na época do Katrina, a Democracy Now! estimava que cerca de 120 mil hondurenhos viviam na região metropolitana da cidade. Muitos eram refugiados do furacão Mitch, que matou cerca de 10 mil pessoas em Honduras e devastou a economia do país. Outros migraram em busca de emprego nos portos e nas indústrias pesqueiras da Louisiana. Jorge Vitanza, então agente consular hondurenho, afirmou que havia cerca de “82 mil pessoas de Honduras em Nova Orleans. Com os que não tinham documentação, o número chegava a 100 mil”.

Apesar de sua contribuição vital para a reconstrução da cidade após o desastre, esses imigrantes raramente foram reconhecidos como protagonistas do renascimento de Nova Orleans.

Sucesso nos streamings: outros títulos em destaque

Além da série sobre o Katrina, outras produções também se destacam nas principais plataformas de streaming nesta semana.

“Wandinha” retorna com sucesso na Netflix

A segunda temporada de Wandinha (Wednesday), spin-off de “A Família Addams”, voltou ao topo da Netflix com a estreia da Parte 1 no dia 6 de agosto. Jenna Ortega reprisa o papel principal ao lado de Catherine Zeta-Jones, Luis Guzmán, Joanna Lumley, Fred Armisen, entre outros. Os quatro primeiros episódios já estão disponíveis; os quatro finais chegam à plataforma em 3 de setembro.

“The Gilded Age” lidera na HBO Max

Na HBO Max, The Gilded Age retomou o posto de programa mais assistido após a exibição do episódio final da terceira temporada em 10 de agosto. O drama histórico, ambientado no final do século XIX, consolidou-se como favorito do público e da crítica, ganhando destaque especialmente por sua narrativa refinada e produção impecável.

“The Proud Family: Louder and Prouder” agita o Disney+

Já no Disney+, a nova temporada de The Proud Family: Louder and Prouder conquistou o público desde sua estreia em 6 de agosto. O reboot acompanha Penny (voz de Kyla Pratt) e sua turma em novas aventuras — agora também com incursões internacionais — mantendo o tom divertido e relevante da série original.

Representatividade, memória e cultura em pauta

A série da Hulu sobre o Katrina reforça o papel crucial de comunidades migrantes na superação de catástrofes e aponta para a necessidade de recontar histórias com mais justiça e pluralidade. Ao mesmo tempo, a diversidade nas narrativas de entretenimento — como nas séries da Netflix, HBO Max e Disney+ — sinaliza um mercado cada vez mais atento às vozes e vivências antes marginalizadas.